ABUSADO
O DONO DO MORRO DONA MARTA
Caco Barcelos
Abusado. O título, já é muito ousado, mostra para o leitor logo nas primeiras páginas que se trata se um assunto polêmico e que faz parte da nossa realidade.
O livro-reportagem é contado pelo jornalista Caco Barcelos em forma de romance e se passa no Morro Santa Marta, localizada na zona sul do Rio de Janeiro. O protagonista é Juliano VP (codinome de um dos maiores traficantes do Rio), Juliano é um personagem fascinante, um criminoso que tem um bom gosto literário, preocupava-se com o destino da comunidade da favela, para resolver os problemas maiores mantinha contato desde violentos chefes do Comando Vermelho até intelectuais carioca.
O livro também fala do envolvimento do cineasta filho do dono de um dos maiores bancos brasileiro com Juliano, o cineasta bancava uma mesada de mil dólares por mês para que o traficante largasse o crime.
O autor aborda também de uma forma bem detalhada o dia a dia da favela, as festas, os namoros, as brigas, as traições, os tiroteios, as mortes, mostra a vida das crianças e adolescentes que já nascem da violência. Ao aprofundar-se na leitura consegui imaginar tudo que o autor escrevia, de tão rico que eram os detalhes, as péssimas condições de higiene da favela, a pobreza, a desesperança, o medo da violência do tráfico e da brutalidade da polícia. A veracidade das características físicas que o autor dar aos personagens é tão real que tenho uma imagem feita na minha cabeça de como é o Juliano VP.
Caco Barcelos tentou de todas as formas ser imparcial em relação ao protagonista, mais o bandido acaba se tornando herói não só nos olhos dos seus comparsas, como nos olhos dos leitores.
Um dos detalhes que foi percebido no livro foi a sensibilidade do autor de mostrar a relação humana entre os moradores do morro, cito aqui a amizade da Turma da Xuxa, especialmente com Luz e Kevin, por trás de muitos contratempos, existe bondade, inteligência, amor, aparentemente, quem só conhece essa realidade através dos jornais acha que nas favelas não existe sentimentos bons.
A linguagem que o autor usa leva o leitor a viver aquilo que está sendo narrado, a população do morro tem vocabulário próprio, muitas das vezes o autor precisa dar o significado das palavras, para o leitor poder entender. A narrativa é direta facilitando a leitura de mais de seiscentas páginas com curiosidade de saber o desfecho de cada personagem, de cada romance, de cada crime, fazendo com que o leitor se envolva ao ponto de sentir-se no esconderijo de Juliano, seja entrando no morro por Laranjeiras, Botafogo ou Floresta da Tijuca.
O que aparece também no livro é o esforço intenso dos missionários cristãos no Dona Marta. Vidas foram salvas pela intercessão de “Kevin”.
No livro tem detalhes de como foram feitas as gravações do clipe do cantor Michael Jackson no morro em 1996 fortalecendo cada vez mais a popularidade do traficante, Juliano foi responsável pela segurança do astro durante as gravações, em meio a tanta movimentação ele acabou dando entrevista a três repórteres que assumiram informalmente de não divulgar a fonte, mais não foi o que aconteceu. Os repórteres foram pressionados e acabaram divulgando o nome do traficante e o local onde estava escondido.
Juliano viajava muito, sempre se escondendo da polícia, em umas dessas idas e vindas foi preso em um de seus esconderijos, já preso pede para que Caco escreva um livro sobre ele e pouco tempo depois Juliano VP é encontrado morto na penitenciária de Bangu 3 dentro de uma lixeira com as páginas dos livros que gostava de ler sobre si.
A partir daí nasce o livro Abusado. O dono do Morro Dona Marta, um relato de vida e de morte que mostra claramente o submundo da criminalidade carioca.
Abusado é um livro que mexe com a imaginação do leitor, o envolvimento do leitor com os personagens do livro é inevitável, a veracidade das descrições, características psicológicas, físicas, a linguagem que o autor usa, tudo isso torna o livro – reportagem muito envolvente provocando uma curiosidade em saber o desfecho da vida de cada personagem que vive no mundo que muitos não conhecem.
Abusado. O título, já é muito ousado, mostra para o leitor logo nas primeiras páginas que se trata se um assunto polêmico e que faz parte da nossa realidade.
O livro-reportagem é contado pelo jornalista Caco Barcelos em forma de romance e se passa no Morro Santa Marta, localizada na zona sul do Rio de Janeiro. O protagonista é Juliano VP (codinome de um dos maiores traficantes do Rio), Juliano é um personagem fascinante, um criminoso que tem um bom gosto literário, preocupava-se com o destino da comunidade da favela, para resolver os problemas maiores mantinha contato desde violentos chefes do Comando Vermelho até intelectuais carioca.
O livro também fala do envolvimento do cineasta filho do dono de um dos maiores bancos brasileiro com Juliano, o cineasta bancava uma mesada de mil dólares por mês para que o traficante largasse o crime.
O autor aborda também de uma forma bem detalhada o dia a dia da favela, as festas, os namoros, as brigas, as traições, os tiroteios, as mortes, mostra a vida das crianças e adolescentes que já nascem da violência. Ao aprofundar-se na leitura consegui imaginar tudo que o autor escrevia, de tão rico que eram os detalhes, as péssimas condições de higiene da favela, a pobreza, a desesperança, o medo da violência do tráfico e da brutalidade da polícia. A veracidade das características físicas que o autor dar aos personagens é tão real que tenho uma imagem feita na minha cabeça de como é o Juliano VP.
Caco Barcelos tentou de todas as formas ser imparcial em relação ao protagonista, mais o bandido acaba se tornando herói não só nos olhos dos seus comparsas, como nos olhos dos leitores.
Um dos detalhes que foi percebido no livro foi a sensibilidade do autor de mostrar a relação humana entre os moradores do morro, cito aqui a amizade da Turma da Xuxa, especialmente com Luz e Kevin, por trás de muitos contratempos, existe bondade, inteligência, amor, aparentemente, quem só conhece essa realidade através dos jornais acha que nas favelas não existe sentimentos bons.
A linguagem que o autor usa leva o leitor a viver aquilo que está sendo narrado, a população do morro tem vocabulário próprio, muitas das vezes o autor precisa dar o significado das palavras, para o leitor poder entender. A narrativa é direta facilitando a leitura de mais de seiscentas páginas com curiosidade de saber o desfecho de cada personagem, de cada romance, de cada crime, fazendo com que o leitor se envolva ao ponto de sentir-se no esconderijo de Juliano, seja entrando no morro por Laranjeiras, Botafogo ou Floresta da Tijuca.
O que aparece também no livro é o esforço intenso dos missionários cristãos no Dona Marta. Vidas foram salvas pela intercessão de “Kevin”.
No livro tem detalhes de como foram feitas as gravações do clipe do cantor Michael Jackson no morro em 1996 fortalecendo cada vez mais a popularidade do traficante, Juliano foi responsável pela segurança do astro durante as gravações, em meio a tanta movimentação ele acabou dando entrevista a três repórteres que assumiram informalmente de não divulgar a fonte, mais não foi o que aconteceu. Os repórteres foram pressionados e acabaram divulgando o nome do traficante e o local onde estava escondido.
Juliano viajava muito, sempre se escondendo da polícia, em umas dessas idas e vindas foi preso em um de seus esconderijos, já preso pede para que Caco escreva um livro sobre ele e pouco tempo depois Juliano VP é encontrado morto na penitenciária de Bangu 3 dentro de uma lixeira com as páginas dos livros que gostava de ler sobre si.
A partir daí nasce o livro Abusado. O dono do Morro Dona Marta, um relato de vida e de morte que mostra claramente o submundo da criminalidade carioca.
Abusado é um livro que mexe com a imaginação do leitor, o envolvimento do leitor com os personagens do livro é inevitável, a veracidade das descrições, características psicológicas, físicas, a linguagem que o autor usa, tudo isso torna o livro – reportagem muito envolvente provocando uma curiosidade em saber o desfecho da vida de cada personagem que vive no mundo que muitos não conhecem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário